Pular para o conteúdo principal

"As DEZ caras do Rock Baiano": Com PJ, guitarrista The Honkers!

O foco principal das matérias é mostrar que existe vida experiente fazendo rock nessa cidade. Mesmo que escondidos ou sem aparecer nos lugares mais badalados dessa cidade linda e maltratada. Numa entrevista breve e direta, conversamos com PJ, (atual guitarrista da banda The Honkers). Garage rock, ska, street rock, surf music, punk rock 77, pós-punk, metal, Psicodelismo...teriamos que passar o dia inteiro descrevendo os gêneros e sub-gêneros musicais que definem esse pequeno homem notável na música. Pedro Jorge (O Oráculo), ou simplesmente “PJ” é o experiente guitarrista sotero”rock”politano, que trás um pouco das suas impressões e reflexões nessa serie que reunirá as “Dez caras do rock da Bahia”. 

SRP: Porque o rock? 
PJ: A primeira vez que tive contato com o rock foi impactante pra mim e até hoje essa música libertária, maldita e catártica é o que me mantem vivo e livre desse mundo chato e convencional demais. (Risos). 
SRP: Apesar de concordar com você, existem aqueles que defendem a morte do rock, o que você acha dessa frase. ” O rock morreu!”? 
PJ: Então o mundo já não é mais um bom lugar para se viver. 
SRP: Já que para você o rock ainda continua vivo, quebrando algumas vidraças e chutando lixo por ai! Como você enxerga a atual cena de rock internacional? 
PJ: Tem muita banda querendo fazer um som parecido com a banda do momento, aí se perde na identidade musical e a oportunidade de fazer algo mais original e próprio, apesar de que existem bandas legais, desconhecidas ainda do grande público, infelizmente. 
SRP: Verdade, tudo muda quando você tem vontade de pesquisar e ir mais a fundo do que a grande mídia mostra. Não fugindo do tema, tem alguma banda que você destaca aqui da cidade? 
PJ: Sei que tem muita banda interessante fazendo um som competente aqui na Bahia só esperando alguém que acredite e invista no movimento, não consigo destacar uma só, seria injusto da minha parte. 
SRP: Então para não ser injusto, fale um pouco da atual cena da cidade, quais as suas impressões? 
PJ: Como falei na pergunta anterior, a cena existe e pode se projetar mais, o que falta é alguém que acredite e invista mais em nossos artistas e bandas. 
SRP: Muito bom saber que você um guitarrista experiente que já passou por várias cenas de rock dessa cidade, acredita, que ainda podemos mudar. E quais foram as influências para que você tivesse essa paixão pelas guitarras? 
PJ: São tantas as influências guitarristicas que faria uma lista enorme aqui...(risos), Mas, posso dizer que Hendrix, Page e Beck são as principais, apesar de ter várias outras referencias de guitarristas geniais. 

SRP: Sabemos da sua sede pelo garimpo musical e por mais influências (Risos). Não queria perguntar, mas já perguntando, The Honkers jogou a toalha ou ainda pensa em fazer rock por muito tempo? 
PJ: Não jogamos a toalha, só demos um tempinho pra cada um cuidar um pouco da vida particular e mesmo assim, apesar desse hiato de shows estamos trabalhando em um novo CD. 
SRP: Ótimo! Então isso é noticia em primeira mão, novo Album de ineditas vindo por ai. Anotado, queremos ser os primeiros a divulgar essa noticia oficial quando ficar tudo pronto! E a música como exerga ela daqui para a frente? 
PJ: Como algo que vai sempre evoluir, se reinventar e nos surpreender sempre. 
SRP: Indica alguma coisa nova pra gente ouvir e desfrutar desse seu conhecimento musical. 
PJ: Cara, sou um melomâniaco e garimpeiro de bandas/artistas interessantes, são inumeras as indicações mas, posso citar algumas, como: B-Back, The Powerchords, Dee Rangers, Eurovox, Electrisixties, Hollywood siners, Baby woodrose, Title Tracks, The Jewws, Pillbugs, Off, Acid Baby Jesus, the Heys,Thee on Sees, White Face, Ty Segall, OBN llls, Mark Sultan,Thee Spivs, black Lips... 
SRP: Meu velho amigo e irmão Pedro, desde já agradecemos essa sua paciência em nos responder e presentear o nosso site e o grande publico com esse papo maravilhoso! Como as pessoas podem entrar em contato com você, ou não (Risos)? 
PJ: Através dos endereços da Honkers mesmo. Valeu galera e um abração.

Popular Posts

O Pulsar Rebelde do Rock Baiano nunca tem fim!

O rock baiano, desde suas origens, sempre foi um terreno fértil para a inovação e a fusão de estilos. Se olharmos os textos de Léo Cima aqui do blog "Soterorockpolitano", você vai ver que o cenário atual do rock na Bahia continua a se reinventar, mantendo viva a chama de suas raízes enquanto abraça novas influências. Nos anos 70 e 80, o rock baiano emergiu com uma identidade própria, mesclando ritmos regionais como o samba e o axé com as guitarras distorcidas e a energia do rock. Bandas como Camisa de Vênus e artistas como Raul Seixas marcaram época, criando um legado que até hoje inspira novas gerações. Atualmente, o cenário do rock na Bahia é caracterizado por uma diversidade impressionante. Bandas como MAEV (Meus amigos Estão Velho), BVOE (Búfalos Vermelhos e Orquestra de Elefantes), Entre Quatro Paredes, Demo Tape, URSAL, LUGUBRA, Declinium, Venice e muitos outros nomes trazem novas sonoridades, combinando letras poéticas e engajadas com arranjos que passeiam pelo indie,

Uma viagem no tempo, sem perder tempo. Por Leonardo Cima.

Todos os discos que lançamos pelo selo SoteroRec é especial, com cada um possuindo a sua particularidade. Cada um deles carrega uma história interessante por trás de suas faixas, que as vezes não chega ao ouvinte, mas que fortalecem o fator intangível agregado no resultado final de uma obra. Com toda banda é assim e com a Traumatismo não poderia ser diferente. Foi bem curiosa a maneira como a banda chegou ao nosso acervo. Estava eu conversando com o Adrian Villas Boas, hoje guitarrista da banda Agrestia, sobre a proposta do selo de também promover o resgate da memória da cena local, quando ele me falou que havia essa banda na qual ele fez parte tocando baixo, que chegou a gravar um disco não lançado e que se encaixaria muito bem com o propósito colocado, indicando-a para o catálogo, caso a gente  tivesse interesse nela. Eu, que já fiquei entusiasmado antes mesmo dele citar o nome do grupo, ao saber de qual banda se tratava, fiquei mais empolgado ainda. A Traumatismo, anteriormente cham

O garage noir da The Futchers. Por Leonardo Cima.

Nesses últimos dois meses, o selo SoteroRec teve a honra e a felicidade de lançar na sua série Retro Rocks, os trabalhos de uma das bandas mais interessantes que a cena local já teve e que, infelizmente, não teve uma projeção devidamente extensa. Capitaneada por Rodrigo "Sputter" Chagas (vocal da The Honkers), a The Futchers foi a sua banda paralela idealizada e montada por ele próprio no final do ano de 2006. A propósito, o nome Futchers vem inspirado da dislexia do compositor britânico Billy Childish, que escreve as palavras da mesma maneira que as fala. Ele, ao lado de mais quatro integrantes, também de bandas locais da época, começaram os ensaios com uma proposta sonora voltada mais para o mood e o garage rock, se distanciando um pouco dos seus respectivos trabalhos nos grupos anteriores. Relembrando um pouco daquele período e como observador, esse "peso" de não ter que se repetir musicalmente recaía um pouco mais sobre Rodrigo. Não que houvesse isso