Veteranos
da cena rocker local desde os anos 1990, a Invena, entre uma pausa nas suas atividades
e uma temporada de reuniões bem sucedidas, ganha fôlego a cada aparição que
faz. No mais recente retorno do grupo, eles inspiraram mais profundo e pegaram
mais gás para lançar o seu mais novo trabalho ainda no ano de 2013, o EP
Invena, em meio a apresentações pelos vários cantos da cidade (principalmente
no Carmo) e em meio a parcerias artísticas.
Com a produção da própria banda, o
disco possui uma veia pop muito forte, com canções de grande potencial
radiofônico e detentoras de uma miscelânea de estilos que é característica
dessa vertente do rock e que podem cair bem nos ouvidos daqueles que querem se
divertir em uma noite de sábado quente de verão, ou de qualquer outra estação...
A
capa do EP foi feita pelo artista plástico Leonel Mattos e consolida a ligação do
seu trabalho com a música da banda, refletindo o empenho e suporte que as duas partes
têm feito entre si para se manterem firmes na cena.
O disco se inicia com provavelmente
a música que poderia ser a mais adequada para abrir os trabalhos, Quimeras. Ela
já mostra a forma das composições que estão por vir já desde o seu primeiro
minuto, com uma pegada rocker, punch empolgante, instantes praieiros e letra
sobre o desejo de um amor perdido. Um Instante no Paraíso vem em seguida com
uma pegada mais calma, influenciada por The Smiths e com um refrão bem feito,
pronto para lembrar fácil. A terceira canção, Me Dar Bem, retoma a forte pegada
rock do início do disco, mas a sua letra destoa bastante das demais músicas do EP.
A testosterona salta aos ouvidos exatamente como o seu título já sugere.
Outono traz uma boa pegada hard rock
muito bem misturada com a música pop e excelentes solos de guitarra, já
Memórias é a balada do disco, com mais solos bem colocados nos lugares certos
da música. Talvez seja a canção mais bem detalhada da obra, é típica de tentar
descobrir algo novo nela a cada audição. Heloísa é uma canção com
características de rock clássico e com boas soluções tiradas do indie para suas
mudanças, é bem acessível e pronta para ganhar covers de outros estilos
musicais. Não se surpreenda se em alguma a tarde, de em um final de semana
qualquer, se você se deparar com essa canção sendo tocada em algum programa de
auditório. Distante é mais uma balada que está no disco e encerra o ciclo de
músicas inéditas do grupo. Na Lata, Maybe Tomorrow e Caia Fora formam a
sequencia final do EP e entraram como bônus tracks, uma vez que foram
aproveitadas de trabalhos anteriores do grupo.
Dentro de sua proposta musical, a
Invena consegue realizar bem a sua tarefa de fazer música boa e entreter
pessoas. O disco inteiro é bem feito e muito bem gravado, com composições bem
estruturadas e com sua sequência de músicas bem pensada pelos seus integrantes.
O histórico musical de cada um deles os credenciou a fazer bem essas escolhas e
mostra o que é trazer a tona uma fórmula eficiente de se fazer música pop e
agregar outros estilos a ela. Os sons e solos de guitarra do Pedro Jorge
Oiticica dão a ele a condição de ser um dos maiores guitarristas em atividade
dessa terra, o vocal do Flávio Fernandes traz um pouco do frontman tradicional
que ele é no palco e o baixo do Anderson Coutinho e a bateria de Igor Amaral
fazem bem o seu papel. Eles ainda contam com o competente guitarrista Leko
Miranda nas suas apresentações ao vivo. Esse disco é a amostra do que é fazer
música pop rock sem medo!