No
último dia quinze de julho o cantor e compositor André L. R. Mendes comemorou
mais uma primavera e, como parte de seu projeto musical, também lançou o seu
mais recente trabalho, o disco ‘Surf Budismo’. Para quem ainda não sabe, o seu
projeto consiste em lançar um novo álbum de inéditas a cada aniversário no qual
ele completa mais um ano de vida e este já é o quarto da sua discografia solo.
Desta
vez, André decidiu trabalhar sozinho na produção do cd, no melhor espírito “do
it yourself”. Todo gravado em um IPad e em sua própria casa, com instrumentos
analógicos e com aplicativos de música do próprio aparelho, ele batizou o
processo como “selfie”,
sendo esse um auto retrato musical do próprio artista sem que houvesse a interferência de outras pessoas na sua composição. Além desse fato, seria injusto não falar também da divulgação do disco que ocorreu na rede social. Frequentemente o seu “work in progress” ia sendo divulgado no Facebook, uma canção inédita e a capa do álbum foram disponibilizadas com meses de antecedência e ainda teve espaço para que as pessoas pudessem escolher o nome de uma das músicas do cd e para que elas enviassem fotos para compor o encarte virtual do ‘Surf Budismo’.
Essa foi, de fato, uma ação bem sucedida na divulgação do cd e poderá ser repetida ao longo dos anos.
sendo esse um auto retrato musical do próprio artista sem que houvesse a interferência de outras pessoas na sua composição. Além desse fato, seria injusto não falar também da divulgação do disco que ocorreu na rede social. Frequentemente o seu “work in progress” ia sendo divulgado no Facebook, uma canção inédita e a capa do álbum foram disponibilizadas com meses de antecedência e ainda teve espaço para que as pessoas pudessem escolher o nome de uma das músicas do cd e para que elas enviassem fotos para compor o encarte virtual do ‘Surf Budismo’.
Essa foi, de fato, uma ação bem sucedida na divulgação do cd e poderá ser repetida ao longo dos anos.
Desde
o início já se percebe que a sonoridade de ‘Surf Budismo’ se difere do seu
antecessor (‘Amor Atlântico’), mesmo possuindo o clima tranquilo que permeia a
atmosfera dos dois trabalhos. No disco anterior, houve um investimento maior
nos violões como instrumento principal, gerando uma atmosfera acústica que
permeou bem toda a obra. Já neste, o André L. R. Mendes junta os violões e
piano a baterias programadas e texturas de som oitentista, que remetem em
certos momentos a trabalhos de bandas como Bat For Lashes, da Natasha Khan.
Em ‘É
Pra Isso que Estou Aqui’ já começa com programação de bateria e sons de palmas
no melhor estilo synthpop oitentista, guitarra alegre e com uma quebra
interessante no seu final onde há a inclusão de piano e violão na faixa,
ganhando ares de psicodelismo lo-fi. ‘As Praias do Nosso Bem’ surge como uma
canção mais animada com guitarras mais evidentes, já ‘O Medo Nos Olhos de
Marina’ é um pouco mais melancólica em letra e música. ‘O que Já é Bonito’
pinta uma bela paisagem de batidas eletrônicas, teclados e violões, enquanto
‘Ao Sabor do Vento’ aparece como o melhor momento do disco, com versos que
cantam sobre como o interessante da vida é enfrentar o que há de vir, ao mesmo
tempo em que a sua sonoridade lembra bem o Smashing Pumpkins na fase ‘Adore’.
‘Tic Tac’ e ‘... E Vocês Nunca Vão me Quebrar’ são as faixas que melhor representam
a veia mais anos oitenta do cd, com programações mais aceleradas e até mesmo
dançantes. ‘Procuro Imagens’ é a canção mais atmosférica e é a que mais se aproxima
dos seus trabalhos anteriores, mostrando coerência na sua obra. ‘Teu’ e ‘A
Linha dos Olhos de Cecília’ formam a sequencia final do cd mantendo a sua
essência com boas texturas e guitarras presentes, e até mesmo um dialogo do
próprio cantor com alguém ao telefone, na última faixa.
‘Surf
Budismo’ é mais um bom registro da obra cada vez maior de André L R. Mendes,
que a aumenta a cada ano de vida que ele completa. Para quem gostou do ‘Amor
Atlântico’ esta é uma ótima sequencia do seu trabalho, pois aqui se percebe que
ele usou novos recursos para compor o seu álbum sem abrir mão do que já vinha
usando anteriormente. A navegação é prazerosa! Para conhecer o ‘Surf Budismo’ e
os demais discos é só acessar o site neste link.