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Quem não foi, perdeu! Resenha do lançamento do cd d’Os Jonsóns

A noite do último sábado foi mais uma noite de rock na qual o Portal Soterorockpolitano mergulhou para saber o que aconteceu de bom na cena, e a ótima da vez foi o show de lançamento do novo disco d’Os Jonsóns, “Epgrafia Completa” (coleção completa dos três EPs do grupo). Cheguei bem a tempo de ver o local enchendo aos poucos, o evento foi bem divulgado pelas redes sociais e a intensificação deste chamariz, na última semana, surtiu um efeito positivo no comparecimento do público.
E deu foi é gente! Fãs da banda, curiosos e apoiadores do cenário local, além de novos e velhos conhecidos apareceram por lá, batendo bons papos sobre musica...
futebol e trabalho, ditando o tom do ambiente que precedeu a festa que tinha, além d’Os Jonsóns, Plástico Lunar (SE) e The Honkers. A primeira banda a abrir as atividades da noite foi a anfitriã, Os Jonsóns. Os rapazes fizeram uma apresentação à altura do lançamento do seu disco, tocando as suas canções com mais entrosamento e usando isso a favor da sua performance na noite. O setlist tinha canções de todos os seus três EPs e mostrou também o quanto houve de amadurecimento musical do conjunto, fruto das constantes apresentações aqui na capital, no interior, em outros estados e das gravações dos seus trabalhos. Músicas como “Batedora de Vinis”, “Bang Bang Urbano” e as ótimas recentíssimas “Espaço-porto Intergalático” e “Dia Triste”, foram destaque no repertório e atestaram a evolução do grupo.
Acho interessante frisar novamente a quantidade de pessoas que foram conferir o evento. Sendo a primeira da festa, havia um risco corrido pela mesma (sendo a ocasião, o lançamento do seu disco) de tocar para poucas pessoas, mas isso não ocorreu e uma audiência significativa assistiu a sua performance. Foi de fato, uma apresentação que agradou a quem já conhecia a banda e também a quem ainda não a conhecia, atendendo as boas expectativas já aguardadas sobre ela. Foi um ótimo show, conduzido pelo bom humor característico da personalidade sonora do grupo! Poderia ter durado um pouco mais, mas foi a conta certa para deixar a casa aquecida para as atrações seguintes.
Seguindo, subiu ao palco a psicodélica Plástico Lunar (SE). Já conhecida da maioria no local, o quinteto mostrou o porquê de ser uma das mais importantes bandas dessa vertente, executando com muita competência o seu psicodelismo que tomava o lugar completamente. O desempenho do grupo foi seguro e com destaque para o seu excepcional baterista, fazendo as viradas na hora certa e sem titubear, alem de assumir os vocais na penúltima canção do repertório. Foi empolgante vê-los tocar em momentos como “Amanheceremos” e no bis com “Você Vê o Sol se Pôr”, essa última com o teor psicodélico altíssimo. Depois deles entrou a The Honkers, com o caos musical costumeiro de suas apresentações. A performance explosiva e imprevisível do grupo, garante ao publico sempre uma surpresa na noite, lavando a alma daqueles ávidos por um rock mais impulsivo.
O grupo vive uma fase na qual se encontra com uma de suas melhores formações, continuando metendo o pé na porta e mantendo o gás de mais de dez anos de estrada. A apresentação começou com problemas técnicos que foram contornados rapidamente e seguiram até o seu final sem perder o fôlego. Rodrigo Sputter, com sua presença de palco sempre peculiar, bebeu água direto de sua bota, depois tentou fazer amor com ela e com a caixa de som ao mesmo tempo, demonstrou todo o seu afeto intimo para com os seus companheiros de banda e ensaiou, sem sucesso (ainda bem), ficar pelado em cima do palco. No final, bem no meio da música, ainda rolou uma jam com um fã na bateria. Foi divertido!

Com todos os ocorridos nas apresentações das bandas, fica evidente que foi uma festa completa, com bandas representando bem o seu inicio, o seu meio e o seu final. Foi besta aquele que chegou a ir para o local e não entrou para ver os shows, seja lá por qual motivo foi, e é certo que eles deixaram de testemunhar mais um episódio dessa melhora nas atividades da cena local. 

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