Mais
uma vez o Portal Soterorockpolitano avança as fronteiras geográficas e trás uma
entrevista internacional e especialíssima com o baixista da banda finlandesa
Blueintheface, Kimmo Pengerkoski. Prestes a participar da sua iminente primeira
turnê fora da Europa, o músico bateu um papo com a gente sobre a origem da
banda, como é fazer rock na Finlândia, sobre as vivencias na estrada além das
suas expectativas sobre os shows em terras brasileiras. Para saber as datas e
locais por onde os gringos passarão com a turnê Sauna Punk Rock Tour/Hey Mizera
Sound 2015, é só clicar neste link.
Soterorockpolitano
- Primeiramente, conte-nos como a banda foi originada!
Kimmo
Pengerkoski - Eu comecei a banda sob o nome Blueintheface
ha cerca de quatorze anos. Passamos por diferentes formações, paramos algumas
vezes, mas aqui estamos nós ainda. Esta formação atual da banda está junta
desde 2010, exceto por uma recente troca de guitarristas. Jyri foi substituído
por Baadek.
SRP
- Como você define o som da banda e qual o significado do nome Blueintheface?
KP
-
Eu costumava escutar – e ainda escuto – uma banda britânica chamada Snuff. Eles
têm uma canção chamada “Not Listening” no seu primeiro álbum e eles cantam na
letra “You can scream until you’re blue in the face, I’m not listening anymore”
(“você pode gritar até ficar com a cara azul, eu não estou mais escutando”).
Então naquela época pensamos que poderia ser um nome legal para uma banda. Eu
ainda continuo achando um nome legal! Sobre o nosso som: Eu acho que se
desenvolveu ao longo dos anos, porque todos nós gostamos de diferentes tipos de
musica. Nosso som é uma mistura de nossos gostos musicais. E uma coisa boa é
quando estamos compondo, fazendo arranjos e letras... Não importa o quanto
loucas as ideias são, vale sempre a tentativa! As vezes a mais louca ideia não
funciona, mas leva toda uma canção para um passo adiante.
SRP
- A faixa “The Script” é bem interessante, os instrumentos de sopro nela
ficaram ótimos! Você pode nos falar um pouco sobre as suas principais
influencias?
KP
-
Minhas raizes são bem profundas no punk, mas também gosto de musica pop, rap,
metal e etc. Contanto que a musica seja boa, interessante, feita com paixão...
Eu estou dentro. Eu acho que o mesmo vale para todos nós: Contanto que a musica
tenha paixão, você pode sentir que ela é feita com o coração (e não com o
intuito de ganhar dinheiro), que é bom para ser valorizada. A ideia de usar
sopros em “The Script” surgiu bem no inicio da fase de pré-produção do disco.
Eu perguntei para o nosso produtor Pekka Laine: “Você ouve sopros nesta
canção?” e ele imediatamente me respondeu “Sim, ouço!”. Então nós mantivemos a
ideia, pedimos para alguns amigos para se juntarem a nós no estúdio e BAM! Lá
estava ela!
SRP
- O que você conhece sobre a musica brasileira?
KP - Eu tenho que admitir
que eu não tenho tanto conhecimento sobre a musica brasileira. Claro que eu
conheço Sepultura, Ratos de Porão, Cólera e os nossos amigos da Pastel de
Miolos e isso é o mais distante que eu posso chegar de sons brasileiros. Mas o
que eu sei é que vocês brasileiros estão muito interessados no punk e no hard
core finlandês, em bandas como Terveet Kädet, Kaaos, Rattus, Riisetyt e etc. E
isso é incrível para mim!
SRP
- Estou curioso sobre a cena rocker da Finlandia, porque eu quase não conheço
bandas de lá, exceto vocês, Ozzmod e algumas bandas de metal. Fale-me sobre
isso! É difícil fazer rock'n roll na Finlândia?
KP
-
A Finlândia é bem conhecida por causa das bandas de metal, por exemplo
Nightwish, Him, Apocalyptica, Amorphis, isso só para citar algumas. Mas nós
também temos uma cena de rock bem vívida. Talvez as bandas de rock não sejam
tão populares quanto aquelas que eu mencionei, mas temos aqui uma boa qualidade
quando se trata de rock. O Hanoi Rocks foi uma das primeiras a surgir nos anos
oitenta e o seu vocalista Michael Monroe é mais ativo do que nunca com sua
carreira solo. A cena punk na Finlândia está viva e chutando, mas talvez mais
no underground. A cena de rap se tornou “a grande coisa” por aqui nos últimos
dez anos ou mais. Alguns artistas têm feito suas carreiras para lotar estádios!
Mas viver de rock aqui na Finlândia? Eu acho que não rola, haha.
SRP
- Esta é uma banda que já excursionou por onze países da Europa, pelo menos.
Teve algum acontecimento em especial dessas viagens e que vocês gostam de
lembrar?
KP
-
Tantas boas lembranças... Nós conhecemos tantas pessoas legais na estrada e
esta – na minha opinião – é a melhor coisa. Conhecer novas pessoas, bater um
papo com elas, beber e gargalhar, trocar ideias... e perceber que depois de
tudo, somos parte de uma coisa só! Os melhores shows que fizemos foi em Tartu,
na Estônia, As pessoas de lá são, ao mesmo tempo, simplesmente loucas e
adoráveis. Claro que já tocamos por lá umas seis vezes, então nós temos uma boa
base de fãs. Isso já ajuda um pouco, haha. Na nossa primeira turnê em 2010 nós
dormimos nas ruas de Amsterdã, em casas abandonadas na Polônia, em numerosos
albergues e até mesmo tivemos nossa própria casa com piscina na Espanha! Bons e
maus tempos, diferentes vibes... Eu não mudaria nada! Acho que para nós, os
shows mais memoráveis foram em Krakow e Warsaw, Polônia, em 2012, quando
abrimos para o The World/Inferno Friendship Society (banda norte-americana).
Foi como uma explosão! Essa banda sabe como fazer um ótimo show! E eu acho que
nós fomos muito bem naquelas noites também. Nós ainda mantemos contato com
alguns dos seus membros. A sua violinista Rebecca Schlappisch tocou violino em
uma de nossas canções, “Cupid”.
SRP
- Quais são as expectativas para esta turnê no Brasil?
KP
-
Bem, são os primeiros shows fora da Europa para a gente! Ir para o Brasil é
algo que eu nunca sonhei nem mesmo nos meus sonhos mais distantes. Será uma
grande aventura para nós e estamos realmente ansiosos por esta turnê! Espero
conhecer um monte de gente bacana por aí! E pegando a estrada mais uma vez com
o nosso querido amigo Ozzmond, será sensacional!
SRP
- O que os brasileiros podem esperar das suas apresentações?
KP
-
Vocês podem esperar uma banda que está em sua melhor fase! Se juntem a nós na
frente do palco, dancem, cantem, se apaixonem... Será divertido, eu garanto!
Conheça
o som da Blueintheface:
Video clips:
Vídeos ao vivo: