Em mais uma ação relacionada à quarta edição do Soterorock Sessions, o Portal Soterorock reativou o seu espaço de entrevistas. Antes chamado Mais uma Cara do Rock Baiano, agora o Soterorock Entrevista traz uma conversa que tivemos com a Entre 4 Paredes,
banda novata na cena, porém formada por músicos com longa experiência no cenário. Aqui, foi falado sobre a origem do sexteto, as suas expectativas, sua música e influências. Coloque a sua música predileta para escutar, acompanhe o nosso bate papo e não se
esqueça: a quarta edição do Soterorock Sessions acontece neste sábado, dia 25/05, às 19:00 horas, no Buk Porão e com entrada a R$10,00.
Soterorockpolitano - Como foi o processo de formação da Entre 4 Paredes? A banda é formada por musicos experientes na cena, como foi juntar todos nessa nova empreitada?
Entre 4 Paredes - Não foi complicado!! Pois já éramos conhecidos, amigos e ex integrantes de bandas um pouco conhecidas no cenário, então pensamos nas pessoas certas para levar o trabalho da Entre 4 Paredes adiante. Nosso maior problema, no inicio
da formação, foi encontrar um baterista. A banda foi formada em 2017 por Dark, primeiro baterista da Modus Operandi, e Bruno ex baixista da Almas Mortas. Agregam também Davi (Fantasma) Torres, ex Almas Mortas, e Aline, nos backing vocais, junto com o baterista
Rafael, que logo em seguida foi substituído por Rogério. Inicialmente, a banda carregava o nome de Quarto do Medo, chegando a fazer um show de estreia no Buk Porão. Por motivos pessoais, o vocalista Dark optou por sair da banda na qual foram convidados a participar
do grupo David Vertigo (tecladista) e Henrique Letárgico (vocal e guitarra base), ambos integrantes da Modus Operandi, e com afinidades similares para levar o trabalho adiante. A banda optou por mudar o nome para Entre 4 Paredes, pois, apesar de carregar muitas
músicas do trabalho anterior, tínhamos a plena convicção que a sonoridade não seria a mesma. Atualmente a formação é: Bruno (baixo), Henrique Letárgico (vocais e guitarra base), Davi Fantasma (guitarra solo), Aline (backing vocal), David Vertigo (teclado)
e Djerson (bateria).
SRP - Vendo a logo de vocês, dá a entender que o nome da banda se refere a questões psicológicas do ser humano. Estou certo, ou há mais significado além desse? Ou estou enganado?
E4P - O logo representa a inquietação do ser humano em seu estado mental, e onde guardamos todos os tipos de sentimentos e segredos, onde tudo acontece. Prisão pra alguns e casa para outros. Sobre o intimismo, a reflexão do eu, do espírito e mente,
do bem e do mal que habitam dentro do ser humano.
SRP - Sobre o som do sexteto, percebi que vocês transitam pelo pos-punk, o gótico, o indie dos anos 1980/1990. Falem sobre as suas composições.
E4P - Nossas maiores influências são o pós punk, synthpop, gótico, e bandas nacionais anos 80 (com algumas pitadas dos anos 90). Nossas letras são em português, e os temas passeiam entre conflitos emocionais, frustrações, angustias, tristezas e
amores.
O processo de criação é bem democrático: normalmente começa com arranjos de Davi e Bruno, que posteriormente são completados por David, Henrique e Dgerson, além da participação de Aline nos vocais.
O processo de criação é bem democrático: normalmente começa com arranjos de Davi e Bruno, que posteriormente são completados por David, Henrique e Dgerson, além da participação de Aline nos vocais.
SRP - Como vocês bem sabem, a cena local é um campo difícil e árduo de se empreender, muito por conta da estrutura oferecida por ela, como poucas casas que abrigam o gênero em suas pautas, para ficar em apenas um exemplo. Quais os desafios que o grupo,
enquanto "novato" espera enfrentar no cenário?
E4P - Justamente encontrar uma boa estrutura para apresentarmos nossa sonoridade, seja com bons equipamentos, seja com respeito aos músicos. O que queremos é tocar, e muito! (rs).
SRP - De tempos em tempos, algum especialista musical sempre vem a público decretar a morte do rock, ou dizer o quanto ele está velho e ultrapassado e, ao mesmo tempo, anunciar a grande novidade semanal. O que vocês acham disso, o rock ainda tem fôlego
para se segurar?
E4P - Nenhum estilo musical "morre"... o que acontece é que existem períodos cíclicos, altos e baixos. E mesmo assim temos sub estilos no rock que aparecem de formas diferentes: o metal sempre está em voga, mesmo o black metal, enquanto o punk rock
ou o blues tiveram breves períodos de sucesso, mas voltaram ao underground. Iggy Pop, Rolling Stones, Ozzy Osbourne estão aí para provar que o rock é imortal!
SRP - Falando um pouco mais sobre a cena local, que se mantem efervescente mesmo em momentos de entresafra, me digam, o que de mais positivo e negativo vocês enxergam nela?
E4P - Negativo: poucos espaços com uma estrutura bacana, que permita ao músico e até mesmo ao público apreciar tudo de forma agradável, sem contar que o público hoje em dia e mais virtual que real (rs)! Positivo: bandas e estilos voltando com força
total, com muita variedade para todos os gostos: do blues (Chocolate com Blues) ao punk rock (Detrito Humano) e até o industrial (Célula Mekânika). Tem muita coisa boa rolando, basta sair da frente do celular/computador e curtir.
SRP - Para encerrar, eis mais um espaço para deixarem um recado direto para os nossos leitores. Fiquem a vontade!
E4P - Agradecemos ao espaço e à iniciativa deste evento e comunicamos que até o final do ano a Entre 4 Paredes vai lançar seu primeiro EP, fiquem ligados!